Número de marcas batidas cai para menos da metade em relação a Pequim, mas os tempos na Inglaterra sem o auxílio dos supermaiôs impressionam
Os Jogos de Pequim receberam uma natação em polvorosa com a descoberta do século nas piscinas. A disputa na China foi a primeira grande competição com o maiô desenvolvido com tecnologias da Nasa. A peça de roupa, feita de poliuretano, aliada à evolução dos próprios nadadores, resultou em um número impressionante de recordes mundiais: 25. Não apenas na disputa por medalhas, como também em eliminatórias e semifinais.
Preocupada com o peso que o traje havia alcançado na modalidade, a Federação Internacional de Natação (Fina) resolveu proibir o uso dos maiôs tecnológicos a partir de 2010. A decisão, embora apoiada pela grande maioria dos envolvidos, deixou uma sensação de que talvez esses recordes mundiais demorariam anos, quem sabe uma década, para voltarem a cair. O jejum, porém, durou apenas um pouco mais de um ano. Em 2011, duas marcas masculinas foram superadas (200m medley e 1500m). Mas a surpresa maior ainda estava por vir. No Centro Aquático de Londres, foram outras nove quebras.
- Em Pequim, foi onde realmente os recordes aconteceram por conta dos trajes. Foi um benefício muito grande. Aqui, surpreendeu pelo número de recordes mundiais. Nove recordes mundiais superaram a expectativa de todo mundo. É uma marca muito boa - explicou Alexandre Pussieldi, técnico e comentarista do SporTV.
Em Londres, ficou claro que as previsões subestimaram a capacidade de superação dos nadadores e de quem busca insistentemente métodos para aprimorar as técnicas contra o relógio. Sem os maiôs espaciais, Rebecca Soni (200m peito), Cameron van den Burgh (100m peito), Daniel Gyurta (duas vezes os 200m peito), Yang Sun (1500m), Dana Vollmer (100m borboleta), Missy Franklin (200m costas), Shiwen Ye (400m medley) e o revezamento americano do 4x100m medley feminino provaram na piscina dos Jogos Olímpicos de 2012 que não é possível prever onde está o limite humano.
O nadador americano Ryan Lochte, que conquistou cinco medalhas em Londres, foi o primeiro a bater recorde mundial após o fim dos supermaiôs. Em 2011, melhorou a marca dos 200m medley no Mundial de Xangai. Nas Olimpíadas, os dois ouros garantidos não vieram acompanhados de novos tempos. Ainda assim, ele acredita que os próximos anos serão promissores para a natação mundial.
- É como em qualquer esporte. Todos os anos as pessoas acham maneiras de ficarem melhores. Eu acho que, nos próximos anos, mais recordes mundiais serão quebrados.
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