Apontada como principal promessa das águas hermanas, Julia Almeida reconhece que país não tem tanta tradição na natação, mas vê evolução

Maior aposta das piscinas argentinas usa Finkel como 'aula internacional'

Por João Gabriel Rodrigues São Paulo

 

Julia Sebastian espera evoluir com participação no
Finkel (João Gabriel / GLOBOESPORTE.COM)

 

Julia Sebastian tem 18 anos e carrega o peso da esperança das piscinas de um país nas costas. Seu avô, Mario, foi um dos melhores nadadores da Argentina, com duas participações olímpicas no currículo (Londres 1948 e Helsinque 1952), em um país com poucos nomes de destaque nos esportes aquáticos. Ao surgir como promessa, tenta ir além das braçadas dadas por Augustina di Giovani, última nadadora compatriota a alcançar algum sucesso. Nesta semana, Julia usa o Troféu José Finkel, em São Paulo, como fonte de experiência em competições internacionais.

Augustina conseguiu alguns bons resultados nas competições juvenis e no início da carreira adulta. Em 2010, marcou o recorde sul-americano dos 200m peito, mas não conseguiu mais qualquer resultado expressivo desde então. Julia é especialista em provas do mesmo estilo. Foi campeã nos 50m, 100m e 200m no Sul-Americano de Belém, no início deste ano, e ficou a 23 centésimos da classificação para os Jogos de Londres.

Na segunda-feira, conquistou a primeira medalha de ouro do José Finkel ao vencer a prova dos 200m peito com o tempo de 2m28s74. Voltou a subir no pódio na terça, com o terceiro lugar nos 100m peito. Segundo a nadadora, os resultados são um incentivo a mais na busca pela evolução nas piscinas.

- Não estou na minha melhor forma, comecei meus treinos há pouco tempo. Mas estou feliz com o resultado. Estou no Brasil para ganhar experiência, aprender a disputar competições internacionais fortes. Não fui a Londres por 23 centésimos, sei que ainda posso evoluir. Estou feliz com o título (nos 200m peito), mas não nadei pensando no índice (para o Mundial de Istambul). Acho que vou conseguir na seletiva argentina.

 

Julia Sebastian em ação nos 200m peito

 (Foto: Satiro Sodré / Agif)

 

Julia reconhece que a natação é um esporte sem muita tradição na Argentina. Mas afirma que as condições estão melhorando nos últimos anos.

- O governo criou um imposto, que vem da venda de créditos para celular, que vai todo para o esporte. Não só para a natação, mas para todas as modalidades. O investimento aumentou muito, e a natação está evoluindo.

Natural de Santa Fé, Julia treina com Roberto Ortiz, mesmo técnico de Augustina.
- Julia precisa ganhar experiência em competições internacionais. Por isso está aqui no Brasil. Mas está evoluindo bastante, tem conseguido bons resultados. Temos de saber que estamos formando uma atleta, não só uma nadadora. Estamos muito próximos disso. Augustina conseguiu seu máximo aos 25 anos e depois caiu. Julia tem resultados semelhantes e só tem 18 anos - afirmou o treinador.

Fonte : Globo.com