Lendo a matéria que a ESPN publicou em seu site a respeito do bodyboarding, não pude deixar de explanar a opinião do portal da Wavefluid em relação a isso.
Segundo a matéria, que enaltece a coragem dos bodyboarders atuais em relação a surfarem ondas mortais sem receberem qualquer apoio financeiro em troca, simplesmente o fazem pela paixão. Outro fato importante é que, a maioria das SLABS descobertas nos últimos anos foram feitas por bodyboarders. O famoso e clássico descobrimento de TEAHUPOO que foi pioneiramente surfada pelos bodyboarders e lendas Mike Stewart e Ben Severson no final da década de 80, começo dos anos 90 é apenas um exemplo do que já descobrimos.
Mas, a matéria tem um leve tom perjorativo, referindo-nos a meio homens, esponjinhas, chupadores de pinto, etc…, algo que achei totalmente irrelevante. Alegam também que o esporte tem sofrido uma decadência no número de adeptos, baseados na falta de veículos comunicadores no esporte ou da falência de alguns tradicionais.
O destaque fica por conta da posição dos melhores fotógrafos aquáticos virem oriundos do nosso esporte e revelam que é muito mais fácil fotografar surf do que bodyboard simplesmente pelo fato de que os surfistas preferem ondas mais leves e perfeitas, enquanto nós, bodyboarders preferimos ondas heavy metal e na sua maioria, com risco de vida.
Falam, também, de como seria o nosso esporte com o apoio que o surf tem por trás. Mas que, se isso começar a ocorrer, o surf perderá o seu “status” de esporte aquático mais radical do mundo. E também que bodyboard parece ser mais fácil do que o surf. Ahã!!!?
Matéria a parte, o bodyboard ainda é discriminado e negligenciado pelas brands de surf e pela tribo de surfistas mundial. E ver um veículo comunicativo tão grande como a ESPN fazer uma matéria controvérsia como essa é lamentável. Acho que essas teclas já estão no passado. É bacana finalmente sermos reconhecidos como loucos, talvez lunáticos. Mas novamente, a questão rivalidade entre surf x bodyboard ganha reforço e parecem que não nos querem como aliados. Fato é que a indústria do bodyboard tem buscado outros caminhos para se fortalecer e já fazem anos que não buscam verba nas majors do surf. Novas brands e veículos comunicativos surgem em todos os cantos, e SLABS são desbravadas no peito mesmo.
A rivalidade não é semeada por bodyboaders que hoje não se importam em dividir o line-up no outside com surfistas e o que vemos é que o respeito está sendo conquistado, principalmente quando o mar cresce.
O surf que se cuide, pois nossos dias de descriminação estão contados, aceitem isso ou não.