Depois de nadar três provas no mesmo dia, ele diz que é preciso manter
a concentração para não ser surpreendido por um estalo de um rival
As pernas de já não respondiam ao comando de Cesar Cielo e tropeçavam no pé da grade. A justificativa vinha com um sorriso: “Nadei três provas, né?” E ao final delas só pensava mesmo em poder cair na piscina de soltura para relaxar a musculatura. Não negava um autógrafo ou foto, mas pedia para que o processo fosse um pouco mais rápido por causa das dores. Apesar delas, o saldo da “maratona” foi positivo: dois ouros (100m livre e 4x100m livre - assista a esta no vídeo ao lado) e a passagem para a final dos 50m borboleta com o melhor tempo.Durante o dia que considerava o mais difícil para ele no Troféu José Finkel, o recordista mundial procurou manter a concentração. Precisava dela para não pagar um preço mais alto. Esta foi a segunda vez que nadou três provas seguidas num mesmo dia. A primeira experiência aconteceu em maio, no Maria Lenk.
- E é sempre muito doído. A primeira prova acaba comprometendo a qualidade e depois encaixa. A dos 50m borboleta saiu mais relaxada e o revezamento você acaba ganhando uma forcinha extra que é dividida com seus amigos. É preciso ter concentração porque um detalhe, uma erradinha pode custar mais uma nadada, para um desempate, por exemplo. A perna está pesando, mas agora só falta a final, 4x100m medley e aí, fim! – disse.

- Não gosto de ficar muito relaxado entre as disputas. Aqui o psicológico não é tão pesado quanto numa competição internacional. Estou deixando rolar no automático, mas a parte física pesa. Prefiro sair da prova, soltar um pouco e buscar a hidratação. O importante é não tomar nada pesado para não atrapalhar a digestão e você não pagar o preço. E ter concentração, que faz a diferença. É importante estar esperto o tempo todo porque alguém pode ter um momento de estalo.

para dir) são ouro pelo Fla (Foto: Satiro Sodré / Agif)
- Ele fez 49s74, é o segundo melhor do Brasil, e pode empolgar por estar em grande fase nos 100m livre. São momentos de estalo, como foi para mim na Olimpíada, que podem diferenciar e ser tornar em algo especial.
João recebeu o elogio de bom grado. Disse que se assustou ao ver o resultado no placar. Não esperava aparecer à frente de Nicholas dos Santos, a quem pedia autógrafos quando ainda era pequeno. Vestindo uma camisa de Ronaldinho Gaúcho, foi ao pódio todo orgulhoso. Mas prefere dizer que o que deu sorte não foi ter o nome do craque nas costas, mas ter sido acordado com o carinho da mamãe.
- Esse tempo foi um passo a mais para mim. Não acreditei quando vi que estava comendo a galera no finalzinho e achei que não fosse verdade. Ainda não sou igual a esses caras, mas estou dando trabalho para eles. Todo mundo veste uma calça igual: primeiro colocando uma perna e depois a outra. E se eles podem, eu também posso - disse de Lucca.
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