Palco onde Cesar Cielo buscará o bi olímpico nos 50m livre recebe primeira competição e é elogiado por brasileiros. No entanto, ainda precisa de reparos
- É a melhor piscina que já nadei, favorece provas de velocidade. O pessoal vai voar. Tudo aqui é de primeira qualidade. Dá até para se perder nos corredores, foi o que aconteceu no primeiro dia (risos). É incrível de tão grande o vestiário - definiu André Pereira, de apenas 18 anos e que competiu entre os convidados nos 50m livre, prova onde Cielo é o atual campeão olímpico.
'Geração 2016' se impressiona
O formato arquitetônico, inclusive, já não segue mais o projeto inicial da famosa iraquiana Zara Hadid por exigências de capacidade do Comitê Olímpico Internacional. Sendo assim, duas “asas” foram anexadas ao local, com arquibancadas removíveis, que permitem a presença de 17.500 espectadores nos Jogos Olímpicos. Após a competição, este número será reduzido para 2.500. Ao todo, cerca de R$ 752 milhões foram gastos na construção da arena.
Escolhidos para testarem o Centro Aquático, os jovens brasileiros se impressionaram com o local.
- Achei a estrutura muito boa. Já estive em piscinas ótimas e achei a estrutura daqui fantástica. Algumas coisinhas básicas ainda devem ser mudadas, como algumas construções que ainda estão fora da piscina, mas são coisas que com certeza serão solucionadas para as Olimpíadas. Agora, questão de vestiário, bloco, arquibancada, está tudo bem tranquilo – definiu Alessandra Marchioro, de 18 anos e que competiu nos 50m e 100m livre.
Para ela, a presença no palco dos Jogos faz com que a “Geração 2016” se motive ainda mais para o próximo ciclo olímpico.
- Quando cheguei, nem tinha pensado muito em nadar na piscina da Olimpíada. Mas bastou eu entrar para competir que aumentou a expectativa. Com certeza foi uma motivação a mais, até para querer estar aqui de novo com as grandes feras da natação. O ambiente faz com que qualquer um busque o seu melhor.
Bronze no Mundial Júnior nos 100m borboleta, Arthur Mendes, de 19 anos, fez coro com a colega de equipe.
- Quando caímos na piscina, já nos imaginamos nas Olimpíadas. Nem que seja 2016, 2020... Já comecei a sonhar. A motivação agora é dobrada.
Entre todos os itens analisados no Centro Aquático britânico, o que mais impressionou os brasileiros foi mesmo a piscina. Apontada como “rápida”, ela conta com todos os fatores necessários para a quebra de recordes, conforme avaliou Fernando Vanzella, chefe da delegação brasileira em Londres.
Nem tudo, porém, é perfeito. Ao contrário dos atletas, ainda deslumbrados pela oportunidade de competirem na piscina dos Jogos Olímpicos, Vanzella usou um olhar mais crítico ao “fiscalizar” o local e apontou problemas.
- Na parte da piscina de soltura, há algumas coisas que precisam ser ajustadas. Por exemplo, a temperatura ambiente está um pouco elevada. Quando tiver um grupo maior de atletas, não vai ficar tão confortável. Além disso, o teto é baixo e as laterais são um pouco pequenas para que técnicos e preparadores circulem. É algo que não tem como mudar e pode ser um primeiro probleminha. Outra coisa é a área de massagem, onde cada país traz o seu staff, é realmente pequena. Para este evento já está pequeno, imagina nas Olimpíadas? Nos últimos Jogos e Mundiais eram bem maiores. É um ponto que o COI tem que ver como vai ficar e ajustar.
- Não acho que seja abaixo (do Cubo D´água), não. Estive em Sydney, Atenas e Pequim, e vi a evolução das piscinas a cada quatro anos. Essa de Londres está atualizada. Pequim tinha outras características de arquitetura, mas a qualidade técnica é do mesmo nível.
Por fim, Fernando Vanzella justificou a opção da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de mandar jovens para o evento teste.
- Foi uma opção da confederação. Semana que vem tem o Campeonato Sul-Americano, em Belém, que vale como seletiva olímpica, e, como gostaríamos de conhecer o palco, trouxemos uma equipe já pensando em 2016. Começamos uma preparação a longo prazo, que é o ideal. É bom para que a garotada sinta o clima olímpico.
Ao todo, o Brasil já tem 13 atletas com índice olímpico para natação e, além do Sul-Americano Absoluto, que será realizado em Belém, os nadadores terão a oportunidade de buscar as vagas no Troféu Maria Lenk, em abril, e em uma repescagem, que será realizada em maio.
Canteiro de obras continua ao redor do centro aquático
Mesmo com a inauguração, alguns detalhes ainda continuam sendo reparados nos arredores do Centro Aquático. Postes de iluminação, por exemplo, ainda não funcionam em sua totalidade pela rede de energia e precisam de pequenos geradores. Muito se deve pelas obras de acabamento que ainda estão sendo realizadas no Parque Olímpico, que conta também com o Estádio Olímpico, o Velódromo e as arenas do Basquete, Polo Aquático e Handebol.
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