Nadadoras da Região dos Lagos são promessas na natação brasileira

Na última competição, juntas, Mariana Alves e Emanuela Rocha voltaram para casa com sete ouros e uma prata

Por Paloma FurtadoCabo Frio, RJ

A Região Litorânea do estado do Rio de Janeiro é dotada de diversas praias, com excelente porte para proporcionar o exercício de várias modalidades de esportes aquáticos. Mas, é de dentro das piscinas dos ginásios, clubes e academias, que surgiu uma menina que tem se destacado na natação. Ela é Mariana da Silva Alves, que completa 17 anos neste sábado (29). A menina é moradora da cidade de Cabo Frio e ingressou nesse esporte quando tinha apenas quatro anos de idade.

Na época em que comecei não haviam treinos específicos na região. Eram apenas aulas de natação" - Mariana Alves

A adolescente já participou de diversas competições e coleciona uma vasta quantidade de medalhas. Sua última conquista foi na IV Rodada do Circuito Estadual de Natação Vinculado, realizada na sede dos esportes aquáticos de Botafogo, no Rio de Janeiro. Na competição, Mariana ganhou quatro medalhas de ouro e bateu recorde em todas as modalidades em que participou.

Cabofriense Mariana Alves após uma das competições
(Foto: Arquivo Pessoal)

- Treinei muito para esse circuito. Nessa época do ano aqui é muito complicado treinar pela temperatura da água; é muito gelada. Mas fiz um tempo muito melhor do que eu imaginava, foi uma ótima experiência - , destaca Mariana Alves.

Ela treina de segunda à sexta, cerca de duas horas por dia. A competidora comenta que já passou muita dificuldade para conseguir realizar os treinos, desde quando começou lá atrás com os técnicos Reizinho e Toninho.

- Na época em que comecei não haviam treinos específicos na região. Eram apenas aulas de natação. Além disso, tem o problema da estrutura. Às vezes preciso treinar de noite, aí não tem luz, o local é aberto, tornando a água ainda mais gelada -, relata a nadadora.

Hoje a menina é treinada pelo técnico Édson Santos e pela técnica Arminda Branco, que não poupa elogios para falar da postura da adolescente dentro d'água.

- A Mariana é uma atleta muito disciplinada, nunca falta. Pode estar fazendo sol, frio, chuva, que ela está sempre pronta para treinar. Tudo o que é necessário em um perfil de atleta a Mariana tem - , declara Arminda.

Eu não imaginava que fosse acontecer nada disso. Fui crescendo e batalhando aos poucos. Foi um bom caminho percorrido até agora" - Mariana Alves

Mariana em breve será federada, mas ressalta como é complicado seguir carreira sem patrocínio. - Pretendo me federar, esse é o próximo passo, mas preciso de patrocínio, pois são muitos gastos. Vou precisar de ajuda. No momento, quem me apoia é o meu pai, que chamo de meu paitrocinador; além de um comerciante da cidade - , explica a adolescente.

Original de família de surfistas e cidade praiana, Mariana não poderia ter outra paixão que não fosse estar dentro d'água fazendo bonito, mas ela tem: a engenharia.

- Desejo fazer faculdade de Engenharia. Pretendo conciliar o curso com os treinos e conheço muita gente que faz o mesmo. Muitas pessoas conseguiram bolsas em universidades particulares por serem atletas - , comenta a menina.

A adolescente ainda se surpreende com a nova fase e incentiva novos talentos na região

- Eu não imaginava que fosse acontecer nada disso. Fui crescendo e batalhando aos poucos. Foi um bom caminho percorrido até agora. Cresci muito e fiz vários amigos. Meu objetivo é crescer cada vez mais e conseguir novas oportunidades - , declara Mariana Alves, que tem como referência Maria Lenk, importante nadadora brasileira, que seguiu na modalidade até os 92 anos de idade.

Seguindo o exemplo da atleta cabofriense, a cabista Emanuela Rocha, de 14 anos, também é destaque na região e promessa na natação brasileira. A menina, que começou no esporte aos três anos de idade, começou a participar das competições no início do ano e já conquistou inúmeras medalhas. As últimas, foram os 3 ouros e 1 prata, conquistados também na IV Rodada do Circuito Estadual de Natação Vinculado, em Botafogo, RJ.

Emanuela Rocha começou a competir em 2012 e já
conquistou várias medalhas (Foto: Arquivo Pessoal)

Apesar de ter iniciado somente por lazer, hoje deseja se federar e vê futuro em sua carreira como nadadora.

- Sempre fiz por lazer, mas pensava as vezes em ser nadadora. Com as competições desse ano, vi meu potencial e comecei a tomar gosto pelas competições -, diz.

Ela fala também da importância do apoio familiar e do preconceito que alguns atletas do interior sofrem.

- Meus pais me incentivam muito, principalmente a competir, independe do resultado. A conquista das medalhas é só a consequência. Acho que eu e a Mariana crescemos e precisamos incentivar outras pessoas. Não é porque somos do interior que não podemos chegar nos Jogos Olímpicos. Para provar isso, temos vários exemplos espalhados pelo Brasil - , declara Emanuela Rocha.

Mariana Alves está  a um passo de conquistar a federação e seguir na modalidade (Foto: Arquivo Pessoal)
Fonte : Globo.com

Ana Marcela Cunha quer título da Copa do Mundo em Hong Kong

Nadadora da Unisanta viaja para a Ásia na noite deste sábado para disputar as últimas duas etapas da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas

A nadadora Ana Marcela Cunha, da Unisanta, viaja na noite deste sábado para disputar as últimas duas etapas da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas. Líder do circuito mundial, a brasileira pode conquistar o bicampeonato mundial inédito para o País.

A primeira vez que a atleta conquistou o campeonato mundial foi em 2010. As provas serão disputadas em Hong Kong e Shantou, na China. Mas, Ana Marcela espera decidir o título já na primeira disputa, que será realizada no dia 7 de outubro.

- Eu quero decidir em Hong Kong para chegar em Shantou já com a taça na mão. Estamos com o pé no chão. Vai que acontece alguma coisa em Hong Kong? Mas, a gente sabe que estamos prontos pra decidir já nessa prova.

Ana Marcela está com 100 pontos no ranking da competição. A segunda colocação é da alemã Nadine Reichert, que tem 60 pontos. A americana Eva Fabian e a alemã Angela Maurer, terceira e quarta do ranking, tem 56 e 50 pontos, respectivamente. Elas são as únicas que podem tirar o título da brasileira. Apesar da vantagem de 40 pontos, a nadadora ressaltou que tem que manter o foco nas provas.

- A situação é confortável. São 40 pontos de vantagem. Teria que acontecer alguma tragédia e eu não terminar as duas provas para não ficar, pelo menos, entre as três primeiras. Mas, estamos bastante focados. Sabemos que tudo pode acontecer na prova. Tenho que estar pronta pro que der e vier.

Início cedo e 'segredo' das conquistas

Aos 20 de idade, Ana Marcela Cunha já possui 18 anos dentro das piscinas. Já em maratonas aquáticas, são 10 anos de treino. Ela comentou sobre o início no esporte.

- Comecei a nadar aos 2 anos. Na maratona aquática, eu comecei aos 10 anos, disputando umas provas em Salvador. Em 2007, vim pra Santos e mudei minha vida. Deixei tudo lá e meus pais vieram comigo. Aí eu comeceia ter apoio dos patrocinadores que me dão todo o suporte pra conseguir esses títulos.

Ana Marcela busca o bicampeonato na Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas (Foto: Ivan Storti / Divulgação)

A carreira da atleta é recheada de títulos, além de conquistar o mundial em 2010, ela detém marcas como ser a primeira brasileira a vencer uma maratona aquática de 25 km, em Xangai, na China. Para Ana Marcela, o segredo de tantos títulos é simples: treino.

- Acho que o segredo é treino. Outro dia eu fiz uma palestra para um pessoal mais novo e me perguntaram o que eu fazia de diferente. Acho que o diferencial são os treinos e dar o máximo de si. Em relação a qualquer outro segredo, eu não tenho. É treinar e buscar o objetivo.

A nadadora enalteceu também o apoio que ela recebe da família e do técnico, Márcio Latuf, que a acompanhará na viagem para a China.

- Também tenho muita ajuda dos meus pais e do Márcio, que sempre me dão apoio diário. Eles sabem o que a gente está sofrendo. Sempre tento dar o melhor no treino porque sei que na competição tenho que dar o melhor também para sair com o título.

Disputa com Poliana Okimoto e Olimpíada 2016

A principal rival de Ana Marcela Cunha nas piscinas brasileiras é Poliana Okimoto. A nadadora do Corinthians desbancou a atleta da Unisanta na disputa pela vaga para disputar os jogos olímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra. Ana Marcela comentou como é a disputa na água.

- Rola tudo. A gente já está muito acostumada. Sabe que esse contato físico é super normal. Aqui no Brasil a briga é assim, eu e a Poli, não tem jeito. Espero que seja assim por muito tempo porque toda hora a gente quer vencer uma a outra e isso faz com que queira ser a melhor no Brasil e também no mundo.

Apesar da disputa, Ana Marcela torce para que ela e a companheira possam estar juntas na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro e com medalhas para o Brasil.

- Tudo começa em 2015,  quando terá a seletiva para 2016. Apesar de saber que o Brasil já tem uma vaga garantida. Mas, com certeza, eu e a Poliana estaremos correndo atrás da vaga. Então, espero que as duas se classifiquem e que venha duas medalhas para o Brasil em 2016.

Ana Marcela sonha com medalha na Olimpíada de 2016 (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)
Fonte : Globo.com

Norte/Nordeste de Natação reúne 340 atletas na Vila Olímpica de Manaus

Competição reuniu 340 nadadores de 11 estados do Brasil em dois dias de provas. Paulo Guimarães, de Manaus, foi um dos destaques

Por Frank CunhaManaus

Competição reuniu 340 nadadores de 11 estados do Brasil (Foto: Frank Cunha Globo Esporte)

Após 22 anos , o troféu Walter Figueredo da Silva de natação, o Norte/Nordeste, retornou ao estado do Amazonas. A competição, que iniciou na sexta-feira (21) e termina neste sábado (22), reuniu 340 nadadores de 37 clubes, que representam 11 estados. A nova geração disputou a prova nas águas da piscina a Vila Olímpica de Manaus, na Zona Centro-Oeste de Manaus.

Com a presença 152 nadadores de Manaus, o presidente da Federação Amazonense de Desportos Aquáticos (FADA), Victor Hugo (Botinho), destacou a participação dos atletas locais na disputa com clubes do restante do país

- A volta do Norte/Nordeste de clubes foi ótimo para o Amazonas. Tivemos vários atletas brigando e subindo no pódio com uma grande expectativa da equipe da Nilton Lins (de Manaus) brigar pelo título por equipe na competição - declarou Botinho).

Paulo Guimarães (ao centro) recebeu ouro nos 200 medley  (Foto: Frank Cunha Globo Esporte)

Paulo Guimarães, da Nilton Lins, foi um dos destaques de Manaus na competição, o nadador ganhou a medalha de ouro nos 200 medley, categoria júnior 2.

- Esse resultado é muito importante. Eu não treinei como deveria e é uma competição muito forte - explicou o nadador.

TROFÉU WALTER FIGUEIREDO NO AMAZONAS

Fonte: site da FADA

Durante os dias 21 e 22 de setembro aconteceu em Manaus o TORNEIO NORTE/NORDESTE DE NATAÇÃO - Troféu Walter Figueredo. A Bahia contou com a participação de 4 clubes com nadadores de altíssimo nível.

Foto: Silvana Teixeira

A Bahia conquistou um total de 11 medalhas, sendo 3 de ouro, 4 de prata e 4 de bronze.

Segue a lista dos medalhistas:

- Enzo Esteves (M4 Multiesportes) - infantil 1 - 2º no 50m livre
                                                                      - 3º no 100m costas

- Bruno Lago Guimarães (Ranck Fitness/Col. São José) - infantil 1 - 1º no 100m costas
                                                                                                     -  1º no 100m peito
                                                                                                     - 3º no 200m medley

- Pedro Burgos (Promoter Quality/Conexão Água) - juvenil 1 - 2º no 200m livre
                                                                                              - 3º no 50m livre
                                                                                              - 2º no 400m livre

- Samuel Huhtala (M4 Multiesportes) - infantil 1 - 1º no 400m livre

- Kerolly Nascimento (Cepe/Salesiano) - juvenil 2 - 3º no 200m medley
                                                                             - 2º no 100m peito

Esses foram os medalhistas, mas os outros atletas que não trouxeram medalhas também tiveram uma atuação excelente com muitos tempos baixados.

Confira os resultados aqui

Sou mais água!!! Uno somos e tudo soma no mais!! 

Manaudou deixa de ser só 'irmão de Laure' e chega ao Rio como campeão

Lembrado apenas como caçula da medalhista de ouro em Atenas, algoz de Cielo em Londres é um dos protagonistas do Raia Rápida no fim de semana

Por Marcello PiresRio de Janeiro

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Florent começou a nadar influenciado pelo irmão mais velho Nicholas, mas foi a irmã Laure que tornou o sobrenome Manaudou famoso no mundo da natação e um dos mais temidos dentro das piscinas. Até o dia 4 de agosto de 2012, data da surpreendente e histórica vitória sobre o então campeão olímpico Cesar Cielo, na final dos 50m livre em Londres, o caçula da família era somente um jovem francês de 21 anos nascido na pequena Villerbanne, cidade vizinha a Lyon, que se acostumou a ser reconhecido como o irmão mais novo da bicampeã mundial dos 400m livre em Montreal-2005 e Melbourne-2007 e campeã olímpica em Atenas-2004 na mesma prova. Depois do ouro na capital britânica, tudo mudou. O anonimato e a pressão de se tornar tão talentoso quanto Laure se transformaram em fama e reconhecimento dos franceses. Nada capaz, porém, de mudar sua personalidade e inflar seu ego de campeão.

Florent Manaudou vibra com sua vitória sobre Cielo na final dos 50m livre em Londres (Foto: Agência Reuters)

- Antes dos Jogos Olímpicos eu sabia que poderia subir ao pódio, pois fiz bons tempos nos treinamentos e mudei minha técnica para nadar mais rápido. Mas tenho que admitir que a vitória foi uma boa surpresa. Meu objetivo era avançar à final, a medalha de ouro foi só um bônus. Ou melhor, um super bônus - afirmou o campeão olímpico dos 50m.

Se a sinceridade continua intacta, o peso por ter feito com Laure a única dupla de irmãos com ouros olímpicos tem seu preço. Coadjuvante em quase todas as competições disputadas até os Jogos de Londres, Florent desembarca nesta sexta-feira no Rio de Janeiro como protagonista do Desafio Raia Rápida, que será realizado pela primeira vez na capital fluminense, no Parque Aquático Julio Delamare, com transmissão ao vivo da TV Globo a partir das 10h deste domingo, dentro do Esporte Espetacular.

Antes de aterrissar na sede dos próximos Jogos Olímpicos, o francês de apenas 21 anos lamentou a ausência de Cielo - com lesões nos joelhos - no desafio do próximo domingo em entrevista por e-mail ao GLOBOESPORTE.COM. Competitivo, ele admitiu que sempre será um privilégio enfrentar o ainda recordista mundial dos 50m livre.

Se o tempo de 21s34 conquistado em Londres não foi veloz o bastante para derrubar a marca de 20s91 do brasileiro, foi mais do que suficiente para acabar com a desconfiança da imprensa francesa, que tratou sua vitória nas Olimpíadas como uma façanha inesperada.

Antes das Olimpíadas, você tinha alguma esperança de ganhar uma medalha de ouro nos 50m livre em Londres?
Antes dos Jogos Olímpicos eu sabia que poderia subir ao pódio, pois fiz bons tempos nos treinamentos e mudei minha técnica para nadar mais rápido. Mas tenho que admitir que a medalha de ouro foi uma boa surpresa.

O que passou pela sua cabeça quando percebeu que havia vencido Cesar Cielo e conquistado o ouro?
A ficha demorou a cair e eu ainda não tinha ideia do que havia conquistado naquele momento. Eu pensei sobre tantas coisas e nada ao mesmo tempo. Vencer o Cesar Cielo foi simplesmente fantástico. Qualquer velocista do mundo sonhou com isso e gostaria de estar no meu lugar. Eu posso falar isso por todos os nadadores que nadaram aquela final. Mas isso não é tudo, Cielo vai continuar entre os melhores durante anos e será um privilégio enfrentá-lo nas próximas competições.

Você chegou a enfrentá-lo quando ainda era permitido o uso dos supermaiôs?
Nunca o enfrentei naquela época.

Você acredita que a proibição desses supermaiôs mudou o cenário da natação e pode ter sido o principal motivo para a derrota de alguns detentores de recordes mundiais como Cesar Cielo, por exemplo?
É difícil separar qual a parcela da tecnologia e a do nadador numa conquista. Eu acho que atualmente as competições são melhores pelo fato de esses supermaiôs serem usados para ajudar os nadadores mais fortes e pesados.

Meu objetivo era avançar à final, a medalha de ouro foi só um bônus. Eu diria que um super bônus"

Manaudou

Após a vitória em Londres você admitiu que nadou de forma descontraída. Acredita que a pressão de defender o título olímpico atrapalhou o Cielo?
Talvez sim, mas é difícil ter certeza pois eu não sei como ele lida com esse tipo de pressão durante as competições. Eu nadei relaxado porque meu objetivo era avançar à final, a medalha de ouro foi só um bônus. Ou melhor, um super bônus.

Cesar Cielo não vai participar do Raia Rápida neste fim de semana. Você está muito ansioso em enfrentá-lo novamente?
Claro que sim. A ausência dele é uma pena, pois o Cielo é um dos melhores velocistas do mundo e eu sempre estarei preparado para uma revanche contra ele.

Como você espera ser tratado no Rio de Janeiro pelos fãs brasileiros depois de tê-lo vencido em Londres?
Ouvi coisas maravilhosas sobre o Brasil e sobre seu povo, por isso espero ser bem muito recebido no Rio de Janeiro. Até porque sei que irei competir muitas outras vezes contra o Cesar Cielo. Em Londres foi só o começo.

Antes das Olimpíadas de Londres você era lembrado apenas como o irmão de Laure Manaudou, campeã olímpica em Atenas-2004. O tratamento da imprensa mudou muito após a conquista do ouro em Londres?

Sim, desde a conquista da medalha de ouro em Londres eu deixei de ser apenas o irmão da Laure. Agora eles me tratam como um nadador real, que pode ser mais rápido e fazer a diferença. É ótimo ser conhecido pelo meu trabalho e não apenas pelo nome do meu passado.

Isso incomodou você?
Claro que não, ela é minha irmã e uma grande campeã. Foi apenas difícil no início porque eu coloquei muita pressão sobre mim para ser tão talentoso quanto ela. Mas não me incomoda, acho até que me fez trabalhar mais e dar sempre o meu melhor.

Manadou olha para o futuro: 'Londres foi só o
começo', garante (Foto: Getty Images)

O fato de a imprensa francesa ter ficado surpresa com sua vitória sobre o Cielo te deixou chateado?
Não, eu sabia que poderia nadar mais rápido durante os treinamentos. No entanto, eu e meu treinador preferimos não falar nada para as pessoas antes de Londres. Por isso eu acho que eles tenham ficado surpresos com meu desempenho na prova dos 50m livre.

Como você se sente cada vez que enfrenta seu cunhado, Fred Bousquet?
Fred não chegou à final em Londres, mas sempre nos divertimos quando nos enfrentamos. Porém, a competição fica somente dentro d’água. Fora das piscinas, ele sempre me dá conselhos para nadar mais rápido. Ele é uma pessoa muito importante para mim e sei que posso contar com ele.

Uma final olímpica é algo especial como nós vimos em Londres. James Magnussen pagou por isso"

Manaudou

Você acha que o australiano James Magnussen falou demais antes das Olimpíadas e menosprezou seus adversários?
Se você pegar os vencedores nos Jogos Olímpicos, vai perceber que eles não são os mesmos do Campeonato Mundial de Xangai, no ano passado. Uma final olímpica é algo especial como nós vimos em Londres. James Magnussen pagou caro por isso.

Quem serão os principais nomes da natação francesa na Olimpíada no Rio?
O Giacomo Perez Dortona, que disputou as provas de peito nos últimos Jogos Olímpicos. Ele é o melhor francês neste estilo. Posso citar também o Dorian Gandin no nado de costas, ele ganhou a medalha de bronze no Campeonato Europeu. E espero que eu seja um desses nomes no Rio de Janeiro. Todos nós vamos competir no Raia Rápida neste domingo. Será uma competição de alto nível. Tenho certeza de que vamos nos divertir.

Cielo disse que você nadou a prova da sua vida. Você concorda? Como foram os momentos que antecederam a prova?
Com certeza. Sinceramente, eu não esperava ganhar a medalha de ouro. Antes da final eu estava bastante calmo pois meu objetivo de estar na final já havia sido alcançado. Como eu disse antes, o resto foi só um bônus.

Você acha que o fato de o Cielo ter nadado a final do 100m pesou nos 50m? Acha que ele pode ter "queimado" um pouco de velocidade para final?
Não sei dizer. Ele é um nadador talentoso, acostumado a nadar muitas provas na mesma competição. Mas os Jogos Olímpicos são diferentes. A pressão que você sente por parte das pessoas e de si mesmo não é a mesma de outras competições. É uma pressão muito desgastante, especialmente se você tem que nadar muitas provas.

Você fez apenas o sexto tempo nas eliminatórias. Qual foi sua estratégia para conquistar a medalha de ouro?
Eu estava bem nos treinamentos, bem de cabeça e relaxado. Como eu não era considerado favorito, não tive tanta pressão e tive tempo para fazer o que eu aprendi em todos esses anos sem reclamar de nada. Ganhar a medalha de ouro foi um título ainda mais incrível porque meus adversários eram muito talentosos e rápidos.

Você acha que pode se tornar bicampeão olímpico no Rio de Janeiro e conquistar um feito que Cesar Cielo não conseguiu em Londres? 
Eu não sei ainda, só vou descobrir nos próximos anos de acordo com meu treinamento e meu físico. Não podemos esquecer que outros nadadores mais jovens também podem surpreender como eu, por isso é muito difícil de responder essa pergunta.

Como você definiria sua conquista?
Um presente especial e o objetivo principal depois de todos esses anos de treinamento.

Lesões atrapalharam rendimento de Cesar Cielo em Londres, diz técnico

Albertinho afirma que estresse nos joelhos afetou treinamentos fora da água antes dos Jogos Olímpicos de 2012

Por SporTV.comSão Paulo

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As lesões nos joelhos que tiraram Cesar Cielo do Campeonato Mundial de piscina curta, em dezembro, em Istambul, podem servir de explicação, mais de um mês e meio depois, para o inesperado terceiro lugar do nadador nos 50m rasos das Olimpíadas de Londres. A afirmação é do próprio técnido de Cielo, Alberto Pinto da Silva, o Albertinho. Além do bronze na prova em que foi campeão em Pequim 2008, o paulista deixou a capital inglesa em sexto nos 100m.

- Tudo aquilo que não é para ajudar alguma coisa atrapalha. Em vista disso, da gente ter que restringir alguns tipos de trabalhos no treino, principalmente fora d’água e quando estava um pouco mais aguda a inflamação, ele não tirava o 100% dele em alguns trabalhos na água também. Então, com certeza, atrapalha e é isso que a gente quer evitar para esse ciclo - disse o treinador, em entrevista ao "SporTV News".

Albertinho: lesões atrapalharam Cielo nos Jogos de
Londres (Foto: Reprodução SporTV)

De acordo com o médico de Cielo, Gustavo Magliocca, o nadador já vinha sentindo o problema crônico desde 2006.

- A lesão do César é uma lesão no tendão patelar, chama patelar porque começa na patela e se insere no osso da tíbia. Ele tem um processo inflamatório decorrente de uma sobrecarga no mecanismo de agachar e levantar. Isso faz com que estresse esse tendão, ele inflame e as estruturas atrás dele também inflamem – explicou.
 
Maglioca afirmou que as lesões já vinham limitando os treinos de Cielo bem antes das Olimpíadas.

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- Dentro da água, isso é muito importante falar, o tendão interfere muito pouco, na verdade a nossa preocupação é para fora da água. O atleta velocista, com altas cargas de treinamento, precisa da musculação, uma musculação toda diferenciada, e essa musculação está sendo limitada em virtude da lesão do César. A nossa ideia é tratar essa lesão para permitir que essa musculação seja cada vez melhor e o atleta tenha os benefícios na água - disse o médico.

A decisão de abrir mão do Mundial na Turquia veio de um consenso entre Albertinho e Maglioca. Eles decidiram ser melhor parar e dar ênfase ao tratamento do problema. A volta às competições de Cielo só deve ocorrer em 2013.
 
- É uma época boa para ele zerar qualquer problema que ele tenha. A gente entra em 2013 visando 2016, passando pelo mundial em Barcelona, no próximo ano, já podendo treinar 100% - disse o treinador.

Gabriel Fidélis é convocado para Copa do Mundo de Natação

Gabriel Fidélis é convocado para Copa 

do Mundo de Natação

Nadador do Praia Clube já pensa nos Jogos Olímpicos do Rio 2016

Por GLOBOESPORTE.COMUberlândia, MG

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 Mais uma vez, o nadador de Uberlândia, Gabriel Fidélis, se mostrou um exemplo na natação. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) convocou o nadador do Praia Clube para participar da Copa do Mundo de Natação em Piscina Curta. As provas serão de 10 a 13 de outubro, em Estocolmo, na Suécia. Além dos 200m peito, ele tambem participa dos 50m e 100m ao lado dos principais nadadores do mundo.

No dia 17 de novembro, Gabriel disputará o Brasil Open de Natação em Guaratinguetá (SP). O foco do nadador é fazer um bom tempo para conseguir classificação para o Campeonato Mundial da Turquia, realizado em dezembro.

Gabriel Fidélis trouxe para Uberlândia o primeiro título do Brasileiro Absoluto de Natação
(Foto: Divulgação/Praia Clube)

- Minha meta é diminuir o tempo ainda mais para estar nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e pra isso vou intensificar ainda mais o treinamento tanto dentro, quanto fora d'água - disse o atleta.
 
Campeão Brasileiro Absoluto de Natação
Em agosto, Gabriel Fidélis conquistou pela primeira vez o título de Campeão Brasileiro Absoluto de Natação. O nadador praiano venceu os 200m nado Peito, no 41º Troféu José Finkel de Natação/Brasileiro Absoluto, com o tempo de 2m06s82. Além do título, Gabriel ficou apenas 40 centésimos do Índice para Campeonato Mundial de Piscina Curta, que será realizado de 12 a 16 de dezembro, em Istambul (Turquia). Para ficar com a medalha de ouro, o jovem atleta praiano superou dois nadadores que participaram dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.